terça-feira, 8 de março de 2011

Nelsinho Piquet fala sobre F1


O Estadao entrevista Nelsinho e olha o que ele disse, super interessante:

SÃO PAULO - Em paz e novamente apaixonado. Assim, Nelsinho Piquet vive seu novo mundo como piloto profissional de automobilismo, mas agora nos Estados Unidos, naTruck Series, categoria de caminhonete considerada de acesso à Nascar. Ao Estado, o piloto conta como foi o período após o escândalo do GP de Cingapura, em 2008, diz que não pensou em parar de correr, mas que se cansou da Fórmula 1.
Do caso, ele conclui que faltou orientação, um manager. Aponta como erro confiar em Flavio Briatore sem questioná-lo, a quem conhecia desde criança e que foi o responsável por levá-lo pela primeira vez a um GP. Agora, vive tranquilamente na América, sem o assédio de antes, fazendo o que gosta - acelerar - e pensando apenas no futuro.
Você passou um ano e sete meses sem a certeza sobre onde correr. Pensou em parar?
Corrida é a principal coisa que gosto, que sei fazer. Tenho prazer imenso. Não pensei em momento algum em largar. Fiquei sem correr em 2007 [quando foi piloto de testes] e não me fez bem. Se quisesse, poderia trabalhar na empresa do meu pai, mas não quero isso, quero ganhar meu dinheiro e correr.

Sente-se frustrado por ter trocado a F-1 pela Nascar?
A chegada na F-1 foi um sonho, foi programado. Nos EUA foi diferente. Estava buscando outra coisa para fazer e juntou com eu tomar gosto por isso. Estou muito no começo, como se fosse o kart, mas estou com vontade de trabalhar e me dedicar. Tive a sorte de me apaixonar de novo.

Após todo esse tempo para pensar, o que você aponta como causa do incidente no GP de Cingapura? (Nelsinho bateu de propósito, por ordem da Renault, para que Fernando Alonso vencesse a corrida).
Nunca tive empresário. Essa pessoa poderia até ser meu pai, mas ele tem compromissos e entendo que é cansativo demais. Faltou ao meu lado qualquer pessoa que tivesse algum conhecimento de F-1. Foi esse o problema. Eu não tinha nada. Talvez se tivesse uma pessoa comigo ela não teria deixado eu fazer aquilo, eu voltaria na sala de reunião e diria que não ia fazer e deixava os caras berrarem, ameaçarem. Meu grande erro foi ficar na mão dos caras, confiar no Flavio de primeira. Deveria ter desconfiado logo, recebia um salário enorme para ser piloto de testes e ele tinha participação nisso. E na hora do aperto, por ser chefe da equipe, defendia o time, e não o piloto. Eu era novo, jovem, não sabia o que fazer, sob pressão e sem ajuda, fui imaturo...

O Fernando Alonso foi o beneficiado, mas ele tem alguma responsabilidade por isso?
Não. As coisas que aconteceram não foram por culpa dele.

Você cogitou a F-1 de novo logo depois da confusão?
Fui para os EUA para fazer um teste, mas fiquei um pouco na F-1 porque ainda me perguntava se devia ou não sair. Falei com aquele cara que comprou a Toyota (o sérvio Zoran Stefanovic), o Bernie (Ecclestone) que me ajudou. Falei com ele até o ano-novo. Achei que o cara era sério, mas não deu certo. Aí, falei: "Ah cara, sou bem realista, chega". Meu sonho não era ser só parte da F-1, do glamour... Queria fazer direito, ser campeão. Não deu.

E você voltaria para a F-1 hoje, se tivesse a chance?
Lá é muito complicado. É o caso do Michael Schumacher, que é um especialista. Se para ele não é fácil, imagina para mim. Chegar lá para enfrentar as mesmas besteiras e a politicagem? Não. Assisto à F-1 na TV, acho espetacular, mas agora só penso na Nascar.

Já que você continua sendo piloto profissional, pensa em seguir nisso até quando?
Acho que vou correr até quando perder o gosto e espero que demore bastante. 


Um comentário:

  1. Apaixonado ?? Nunca vejo esse rapaz namorando !!! Hum deve ser pelo carro dele né ?!! Ah deve ser por alguma paulista,carioca ou panicat !!

    ResponderExcluir